
Autismo & Educação

Essa aqui é a segunda etapa para preparar você para a construção do Plano Educacional Individualizado (PEI). Nessa seção você encontrará vários textos de pesquisadores renomados que o auxiliarão no desafio da inclusão de pessoas com autismo.
ALUNOS COM SÍNDROME DE ASPERGER:O INTÉRPRETE DE ENUNCIADOS E O ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR
Silvia Ester Orrú
O artigo tem como objetivo retratar as demandas das pessoas com Síndrome de Asperger para o acesso e conclusão dos cursos de ensino superior no Brasil, bem como dos processos seletivos vestibulares a partir da legislação e políticas pró-inclusão. O plano metodológico diz respeito a análise documental e bibliográfica com abordagem qualitativa. O intérprete de enunciados é descrito como recurso favorecedor ao acesso na educação superior. As conclusões apontam que os processos seletivos vestibulares rompem com a lógica da legislação vigente que orienta à realização de alteraçõesque favoreçam a pessoa com deficiência ao alcance dos níveis mais elevados de ensino
ENTREVISTA COM UM ADVOGADO AUTISTA
Engels Bandeira da Silva
Francisco Thomaz Telles
O presente trabalho/artigo visa buscar o entendimento sobre as dificuldades que sofrem as pessoas autistas. A entrevista pessoal, na qual o entrevistador advogado Francisco Thomaz Telles faz perguntas ao entrevistado Engels Bandeira da Silva, advogado e pessoa autista, visa esclarecer diversas questões sob o olhar de uma pessoa que está dentro do espectro. As questões abordadas buscam ajudar outras pessoas dentro do espectro autista no mercado de trabalho, no ensino superior, além de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce.
COMPREENDENDO O MÉTODO
Viviane Costa de Leon
Maria Barish
Cassandra Borges Bortolon
O estudo de crianças com transtorno do espectro do autismo revela o comprometimento de múltiplas áreas: sociabilidade, comunicação e imaginação. Nesse contexto, o estudo de estratégias como o apoio visual, ensino estruturado e técnicas comportamentais para promover o desenvolvimento sociocognitivo de pessoas com essa condição, como propõe o Método TEACCH (Tratamento e Educação para Crianças com Autismo ou com Déficits Relacionados à Comunicação), constitui-se em uma importante área a ser explorada (Mesibov, Shea & Schopler, 2005).
Inicialmente, será feita uma revisão bibliográfica a respeito do autismo. A seguir, serão elucidados alguns conceitos sobre teoria da mente e as bases epistemológicas do Método TEACCH. Após, serão apresentadas as principais técnicas do Método e um estudo de caso.
PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: REALIDADE OU APENAS ESPERANÇA?
Viviani Pereira Amanajás Guimarães
Uma das dificuldades atuais do sistema regular de ensino é a oferta de um currículo que atenda às demandas de educandos com distúrbios de aprendizagem ou transtornos de desenvolvimento, entre eles o Transtorno do Espectro Autista, e suas comorbidades. Estratégias pedagógicas que promovam um processo individualizado de ensino e aprendizagem, como o Plano Educacional Individualizado, ainda são um desafio e são tidas por educadores como uma realidade distante a ser alcançada.
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA COMO ORIENTADORA DA INCLUSÃO ESCOLAR: UMA POSSIBILIDADE NO BRASIL?
Lucelmo Lacerda
O trabalho objetivou realizar uma análise das possibilidades de utilização da Análise do Comportamento Aplicada para a inclusão escolar de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Partiu-se do suporte técnico oferecido pelo MEC por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e dos seus fascículos nº 1, A Escola Comum Inclusiva e o nº 9, Transtornos Globais de Desenvolvimento. Realizou-se investigação acerca dos pressupostos teóricos das fontes, bem como da corrente teórica a que se filia o grupo de escrituração dos documentos. Desenvolveu-se uma distinção sistemática entre a) Quais as práticas com evidências para intervenção em autismo; b) Proposta de inclusão de estudantes com TEA baseada em ABA; c) Juízo de práticas realizadas para estudantes com TEA (práticas condenadas) nos documentos da Política Nacional; e d) Indicações para trabalhar com estudantes com TEA na Política Nacional. Concluiu-se que o grupo de organização destes documentos, defensores de que o currículo escolar adaptado para estudantes com TEA é um equívoco, produziram os documentos do MEC nesta mesma linha. Desta feita, a orientação técnica para Educação Inclusiva com alunos com TEA apresenta generalidade e uma obstrução às práticas com evidências para autismo, o que dificulta a transformação de sua prática em Política Pública efetiva e generalizada, afastando o Brasil dos países com serviço público com inclusão escolar de excelência em autismo.
PESQUISA REFORMULA "SINTOMAS" AUTISTAS PARA MELHOR ADAPTAÇÃO À SOCIEDADE
Antonio Carlos Quinto
O autismo, também chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurológica diversa que afeta as formas como o indivíduo interage com seus meios social e físico. Os atuais critérios diagnósticos de autismo são déficits persistentes na comunicação social e interação social, e padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades. “O autismo afeta o indivíduo ao longo de toda vida. Ou seja, uma criança autista cresce e entra na idade adulta se tornando um adulto autista”, descreve JungJa. Contudo, perceber o autismo na idade adulta pode ser difícil por várias razões.
INCIDÊNCIA DE AUTISMO E ANÁLISE ESPACIAL EM MAIS DE 7 MILHÕES DE ALUNOS EM ESCOLAS INGLESAS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO, LONGITUDINAL E DE REGISTRO ESCOLAR
Andrés Roman-Urestarazu, MD, PhD *
e outros
Compreender como certos fatores afetam a incidência do autismo pode ajudar a identificar desigualdades no acesso ao diagnóstico. Nosso objetivo foi investigar a incidência de autismo na Inglaterra em função da geografia e da sociodemografia, examinando a distribuição espacial entre os limites dos serviços de saúde.
COMO A CIÊNCIA PODE FAZER MELHOR PARA PESSOAS NEURODIVERGENTES
Em pesquisas, pessoas neurodivergentes enfrentam barreiras persistentes para o sucesso. A neurodivergência – um termo que descreve pessoas cujo cérebro se desenvolve ou funciona de maneira diferente da maioria das pessoas, por razões médicas ou não médicas – pode trazer desafios do dia a dia que muitas vezes são invisíveis para gerentes e colegas, e uma cultura de capacidade persiste em muitos locais de trabalho . Trabalhadores neurodivergentes são frequentemente levados a se sentirem excluídos e desvalorizados.
O RECONHECIMENTO BÁSICO DE EMOÇÕES DE CRIANÇAS NO ESPECTRO DO AUTISMO É APRIMORADO NA MÚSICA E TÍPICO DE ROSTOS E VOZES
Shalini Shivathasan,
Hadas Dahary,
Jacob A. Burack,
Eve-Marie Quintin
Em contraste com os achados de redução da precisão do reconhecimento emocional (ER) facial e vocal, as crianças no espectro do autismo (AS) demonstram habilidades de ER comparáveis às de crianças com desenvolvimento típico (DT) que usam música. Para entender a especificidade das supostas diferenças de ER, o objetivo deste estudo foi examinar ER da música em comparação com rostos e vozes entre crianças nas crianças AS e TD. Vinte e cinco crianças no AS e 23 crianças no DT (6–13 anos) completaram uma tarefa de ER, usando classificações categóricas (feliz, triste, medo) e dimensionais (valência, excitação) de emoções apresentadas por meio de música, rostos ou vozes . Comparado ao grupo TD, o grupo AS mostrou uma força de ER relativa da música e desempenho comparável de rostos e vozes. Embora ambos os grupos tenham demonstrado maior precisão vocal ER, as crianças do SA tiveram desempenho igual com música e rostos, enquanto as crianças do DT tiveram melhor desempenho com rostos do que com música. Ambos os grupos tiveram um desempenho comparável com as avaliações dimensionais, exceto pela maior variabilidade das crianças no AS nas avaliações de valência para emoções felizes. Essas descobertas destacam a necessidade de reexaminar o ER de crianças no AS e considerar como as abordagens baseadas em pontos fortes podem remodelar nosso pensamento e suporte para pessoas no AS.
AUTISMO - EXPLICANDO O ENIGMA
SEGURA SUA MÃO NA MINHA: UMA CONEXÃO ENTRE NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO
Adriana Batista de Souza Koide
Jussara Cristina Barboza Tortella
Fomentada pela desigualdade e pela pobreza, a vulnerabilidade social pode impactar negativamente na vida humana. Avanços da neurociência indicam que tais consequências ganham novos contornos quando há estímulos para o cérebro em construção. Nesse sentido, o objetivo central do corrente estudo consiste em compreender as possibilidades para melhorar o desempenho da aprendizagem, em um contexto escolar de alta vulnerabilidade social, por meio de práticas pedagógicas que desafiem as funções executivas. Trata-se de um estudo de caso, descritivo exploratório, cujo método dedicou-se, inicialmente, a um levantamento bibliográfico, para, na sequência, analisar o conteúdo de três estudos interrelacionados, envolvendo formação docente, análise de habilidades do funcionamento executivo e das práticas pedagógicas. Os resultados sugerem que desafiar habilidades para a aprendizagem de uma criança pode implicar a sua capacidade em lidar com situações adversas dos ambientes vulneráveis, o que, por sua vez, pode modificar sua trajetória de vida.